quinta-feira, 19 de março de 2009

Detidos e autuados


A PSP deteve quatro condutores, três em Castelo Branco, dois por apresentarem uma TAS de 2,25 e 2,02 gramas de álcool por litro de sangue, respectivamente, e um terceiro, que seguia num ciclomotor, mas sem ter habilitação legal. Um outro condutor foi detido na Covilhã, por apresentar uma taxa de alcoolemia de 1,58 gramas de álcool por litro de sangue.
A GNR deteve sete condutores, por condução de veículos automóveis sob a influência de álcool, apresentando uma TAS que variou entre 1,24 e 2,38 gramas de álcool por litro de sangue. No Teixoso foi ainda elaborado um auto de notícia contra um homem, de 37 anos, por condução sob o efeito de álcool, tendo apresentado uma taxa de alcoolemia de 2,47 gramas de álcool por litro de sangue. E o destacamento de trânsito da GNR elaborou auto de notícia, contra uma mulher, de 21 anos, por falta de carta de condução.
Em termos de fiscalização rodoviária, o destacamento de trânsito da GNR fiscalizou 887 condutores, tendo sido detectadas 13 infracções leves ao Código da Estrada e 64 graves. O Destacamento de Trânsito da GNR controlou ainda a velocidade a 117 veículos, tendo detectado dois a circular em excesso. Em termos de álcool, foram testados 473 condutores, tendo sido um condutor autuado por apresentar uma taxa entre 0,5 e 1,19 gramas de álcool por litro de sangue.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pais demitem-se de responsabilidades ao permitir que filhos bebam


O presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência acusa os pais de se "demitirem das responsabilidades enquanto educadores" ao permitirem que os filhos saiam à noite e bebam em excesso.
Para o presidente do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), João Goulão, não faz sentido a ideia de que os progenitores desconhecem o que fazem os filhos: "Os pais têm de saber que os filhos bebem quando saem à noite" e por isso, conclui, estão a "demitir-se das suas responsabilidades enquanto educadores".
"Quando saem, muitos jovens bebem álcool e também bebem o juízo", disse João Goulão, em entrevista à agência Lusa.
Além das mazelas directas para a saúde do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, João Goulão lembra que essas noitadas podem terminar em gravidezes não desejadas, no contágio de doenças sexualmente transmissíveis, envolvimento em actos de violência e acidentes de viação.
Os consumidores de álcool apresentam "com mais frequência envolvimento com experimentação e consumo de tabaco e substâncias ilícitas e envolvimento em lutas e situações de violência na escola", alerta o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, do IDT, em discussão pública desde Fevereiro.
De acordo com estudos referidos no plano, os jovens começam a beber cada vez mais novos e em cada vez mais quantidades: o início do consumo de álcool está a aumentar entre os 15 e os 17 anos, tendo passado dos 30 por cento em 2001 para os 40 por cento em 2007.
Além disso, os mais novos estão a adoptar perigosos padrões de consumo até agora associados aos povos nórdicos, de "grandes exageros aos fins-de-semana".
Quase metade dos jovens entre os 15 e os 24 anos admitiu ter tido, pelo menos uma vez no último ano, um consumo tipo "binge" (mais de quatro doses de bebida numa só ocasião) e 11,2 por cento dos adolescentes entre os 15 e os 19 anos assumiram "ter-se embriagado no último mês", refere o relatório, citando um estudo nacional.
"Os portugueses estão a adoptar padrões de consumo nórdicos, ou seja, de grandes exageros ao fim-de-semana e quase abstinência durante a semana", afirmou o presidente do IDT.
João Goulão lembrou que os portugueses bebiam "tradicionalmente num contexto de convivialidade": "Quando havia uma reunião de amigos, as pessoas iam conversando, discutindo e bebendo".
"Agora, nesta nova forma de beber, muitas pessoas embebedam-se mesmo antes de ir ter com os amigos. Bebem rapidamente muitas quantidades com o intuito claro de alterar o seu estado de consciência e depois é que vão para a rua. É a nova tendência de beber dos jovens", alertou.
O "binge drinking" é responsável por 27 mil mortes acidentais, dez mil suicídios e dois mil homicídios todos os anos na Europa, refere o relatório do IDT.
"Este tipo de consumo não é exclusivo dos jovens e cerca de 80 milhões de europeus com idade superior a 15 anos disseram ter praticado "binge drinking" pelo menos uma vez por semana, em 2006", lê-se ainda no Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool.
Com base em estudos internacionais, o documento acrescenta que "cerca de 25 milhões de europeus com mais de 15 anos de idade referem que o "binge" foi o seu padrão habitual de consumo no último mês".
"Embora o consumo médio de álcool tenha vindo a decrescer na UE, a proporção de jovens e jovens adultos com padrões de consumo nocivos cresceu na última década em muitos dos Estados-membros", estando os menores de idade entre os que apresentam padrões mais preocupantes, destaca o documento.
O álcool causa anualmente 195 mil mortes na Europa, sendo a faixa etária entre os 15 e os 29 anos a mais afectada. Para reduzir os consumos, o IDT propôs ao Ministério da Saúde alterar a permissão de venda e consumo de álcool dos actuais 16 para os 18 anos e a "promoção da fiscalização sistemática nos locais de consumo e venda".