quarta-feira, 19 de março de 2008

o que nos prende

Certos comportamentos e substâncias podem transformar-se em vícios que chegam a pôr em causa a nossa vida. Eis o retrato da situação em Portugal.

Álcool:
- Estima-se que 5% da população portuguesa seja alcoólica, o que equivale a meio milhão de pessoas. Mas apenas uma pequena percentagem procura ajuda- a organização dos Alcoólicos Anónimos tem, em Portugal, cerca de mil membros.
Drogas:
- Os últimos dados do IDT indicam que, em 2006, 32460 pessoas estiveram em consultas de ambulatório, sobretudo por causa de heroína. Em 2001, 7,8% da população com mais de 15 anos já tinha experimentado drogas.


Tabaco:
- Há, no nosso país, perto de 2 milhões de fumadores. desses, 70% dizem querer largar o hábito, mas apenas 10% a 15% o consegue, segundo os números da Sociedade portuguesa de Pneumologia.


Cafeína:
- O consumo de café per capita, em Portugal, ultrapassa os dez gramas diários, o equivalente a dois cafés em cada três dias por pessoa. Entre 1990 e 2003, o aumento foi de 18%, de acordo com o INE.


Comida:
- A obesidade atingia, em 2005-2006, 16,5% dos portugueses com mais de 18 anos, segundo o INS. As estatísticas mostram também que os homens (20,8%) sofrem mais deste problema do que as mulheres (16,6%).


Jogo:
- Somos osegundo país que mais aposta no Euromilhões (apenas ultrapassado pela França, com uma população 6 vezes maior). Um estudo da empresa de casinos Estoril-sol calcula que 17 mil portugueses sejam jogadores compulsivos.


Compras:
- Não há estudos adaptados à realidade portuguesa, mas um trabalho da Universidade de Stanford (EUA) indica que a oniomania (vício das compras) declarada, abrangerá cerca de 8% das pessoas- em Portugal, significaria 800mil pessoas.


Sexo:
- " Pensar em fazer só aquilo" pode sinalizar patologias obssessivo-compulsivas e perturbaçoes do impulso. Em Portugal, não há números, mas, nos EUA, estima-se que sofrem desta adição 16 milhões de pessoas, a maioria abusadas na infância.


Internet:
- Pesquisas internacionas de "internet-dependência" revelam que mais de metade dos "viciados" também depende de drogas e álcool e paresenta outros problemas psiquiátricos (depressão, ansiedade ou famílias disfuncionais).

o mecanismo de dependência

1. Sentimo-nos bem quando os néurónios da via de recompensa segregam um neuroptransmissor chamado dopamina para o núcleo accumbens e outras áreas do cérebro.
2. Os neurónios da via da recompensa comunicam, enviando sinais eléctricos pelos axónios. O sinal passa para o neurónio seguinte, através de um pequeno espaço vazio chamado sinapse.
3. É segregada dopamina para a sinapse, passando para o próximo neurónio e ligando-se a receptores, o que provoca um lampejo de prazer. O excesso de dopamina é reabsorvido pelo neurónio emissor. Outras células nervosas segregam GABA, um neurotransmissor inibidor que impede a sobreestimulação do nervo receptor.
4. As substâncias viciantes aumentam a quantidade de dopamina na sinapse, acentuando a sensação de prazer. A dependência ocorre quando o uso repetido perturba o equilíbrio normal dos circuitos cerebrais que controlam a recompensa, a memória e o conhecimento, acabando por conduzir a um uso compulsivo da droga.

o cérebro de um viciado


O uso de Cocaína provoca o decréscimo do metabolismo da glucose no cérebro, em especial nos lobos frontais, que governam o planeamento e o pensamento abstracto e regulam o comportamento por impulso.

quarta-feira, 12 de março de 2008

radiografia das tribos



Começaram por ser modas puramente estéticas e tornam-se filosofias de vida. Ou talvez seja o contrário. De qualquer forma, as chamadas tribos urbanas estão cada vez mais presentes nas nossas ruas.; umas aparecem, outras desaparecem, alteram-se....mas estão sempre lá. e cada vez mais. os jovens agrupam-se para partilhar um estilo musical, uma forma de vestir-se e, nessa altura...zás, surge a tribo!!!

EMOS
Enquanto em portugal, no final dos 80's a pop nacional começava a dar cartas, nos EUA surgiu a chamada música emo-core, com letras mais centradas nos sentimentos. a partir dessa altura, surgiu o movimento Emo. Se durante a noite, vires um grupo em que todos se abraçam muito mas riem pouco, nao duvides: são Emos.!!!

Filosofia: definem-se como seres sensíveis, adoram canções com letras sofredoras, e têm os sentimentos à flor da pele! Não são violentos e odeiam as injustiças.
Roupa: costumam usar roupas escuras e calças apertadas em baixo (se for com as cuecas a aparecer melhor ainda), sapatilhas Vans e t-shirts de um número abaixo ao seu. São habituais as pulseiras e os óculos de massa.
Look: os piercings e as tatuagens são um dos seus sinais de identidade, mas uma das suas características principais é a franja.
Música: as suas preferências têm uma base comum. as letras tristes.

VISUAL KEI
Nasceu como movimento musical, graças ao êxito no Japão de uma série de bandas com uma estética muito excêntrica caracterizadasobretudo por um look andrógino. Tornou-se uma moda que aos poucos, se foi transformando numa espécie de forma de vida para muitas pessoas. Em Portugal os Visual kei, começaram agora a parecer!
Filosofia: "Somos sombras abstractas, não temos forma, temos direito a amar quem quisermos, seja homem ou mulher, já que somos todos iguais".
Roupa: Vale tudo. Desde as roupas de cabedal e napa, até aos elaborados blasers. Nos rapazes, é bastante comum o uso de cintos de ligas e de corpetes do século XVII.
Look: Se tiveres de olhar duas vezes para alguém para saberes se é rapariga ou rapaz, estás diante de um deles. Por isso, usam imensa maquilhagem, tanto elas como eles. Em termos de penteados, vale tudo!
Música: Na Europa, os mais representativos, pelo menos em termos de estética, são os alemães Tokio Hotel.

GÓTICOS
Adoram a escuridão, o místico e o vampiresco. Mas também a literatura, a filosofia e a música. Os góticos, tal como hoje os conhecemos, surgiram nos anos 80, em Inglaterra, como uma ramificação do punk, e devem o seu nome a um grupo que, nessa altura, se alojava num edifício de arquitectura gótica. Em portugal já surgiram há algum tempo.
Filosofia: São melancólicos e pessimistas, como demonstra o seu interesse por símbolos associados à morte. Rejeitam a violência e não acreditam na política.
Roupa: preferência por roupas pretas. usam capa, luvas, corpetes e todo o tipo de acessórios muitas vezes com simbolos religiosos. Também são frequentes as botas de cano alto e os cintos com tachas. São inconfundíveis.
Look: Não pode faltar a base branca. Raparigas e rapazes pintam os olhos de preto, tal como os lábios e as unhas. O cabelo costuma ser escuro, com alguma madeixa berrante, e são muito amigos de piercings e anéis.
Música: The Cure é um dos grupos mais representativos, tal como Marilyn Manson. Mas há outros: Within Temptation, os Rammstein ou Lacrimosa.

STRAIGHT EDGE
Não se vestem todos da mesma maneira, não consegues reconhece-los se te cruzares com eles, não estão organizados. Mas todos seguem a mesma filosofia, o Straight Edge: não fumam, não bebem e não fazem sexo sem amor. Foi a banda norte-americana Minor Threat que deu nome ao movimento com um dos seus temas.
A partir daí, muitos jovens punks começaram a defender estes princípios, afastando-se de substâncias que lhes alterassem a percepção das coisas. Talvez o seu único símbolo seja o X, que adoptaram por ser a marca que punham na mão dos menores norte-americanos, para os impedirem de comprar alcool nos concertos.