quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Cerca de 60 mil jovens já se automutilaram

A automutilação é mais frequente do que se pensa. Especialistas temem que o fenómeno esteja a crescer, alimentado pela partilha de informação na Internet. Em Portugal, há estudos que indicam que 10 a 15 % dos adolescentes têm comportamentos auto-agressivos.

Comportamento é mais comum na adolescência.
O fenómeno é mais comum do que o que se pensa, alertam os especialistas. Não existem números exactos, mas o psiquiatra Daniel Sampaio revelou esta semana, numa conferência, que 10 a 15% dos jovens portugueses terão comportamentos de automutilação. O número baseia--se em inquéritos realizados nas escolas, a jovens entre os 13 e os 18 anos, por investigadoras ligadas ao Núcleo de Estudos do Suicídio. Se considerarmos que existem cerca de 600 mil jovens nesta faixa etária, estaremos a falar de 60 a 90 mil adolescentes com comportamento auto-agressivos. "São relativamente frequentes nas nossas escolas", conclui.
Os últimos estudos internacionais apontam para números ainda mais preocupantes: o relatório CASE (Child and Adolescent Self-harm in Europe), publicado em Setembro passado, concluía que 30% das raparigas e 10% dos rapazes entrevistados - num universo de 30 mil jovens de 15 e 16 anos - tinham tido comportamentos de automutilação ou pelo menos considerado seriamente a hipótese no último ano.
Além disso, os especialistas temem que a prática esteja a crescer, alimentada pela comunicação através da internet. A Associação de Saúde Mental do Canadá, citada pelo The New York Times, considera que "há uma tendência crescente para os adolescentes discutirem" o tema on-line e "formarem clubes nas escolas".

Sofrimento psicológico.
A psicóloga clínica Mariana Carvalho explica que estes "são comportamentos que têm mais probabilidade de surgir na adolescência do que na idade adulta". Isto porque é uma fase em que somos confrontados com uma série de escolhas e crises num momento em que, por vezes, ainda não desenvolvemos os mecanismos adequados para lidar com a tensão e sofrimento. A automutilação pode surgir devido a uma "complexidade de factores", explica: alguns relacionados com características da personalidade - uma maior vulnerabilidade - outros com o ambiente familiar ou escolar e situações de abuso. Muitas vezes "têm a função de atenuar o sofrimento psicológico. Substituem uma dor por outra", diz. Ou seja, é uma "expressão física da dor emocional", acrescenta a psicóloga Tânia Diniz. "Estão a canalizar o sofrimento para uma forma que consideram mais controlável e que permite o alívio da tensão emocional", conclui.

Cortes são mais comuns.
Os estudos indicam que os cortes são as automutilações mais comuns, mas queimaduras com cigarros, arranhões, puxar o cabelo ou bater com a cabeça também são comportamentos de auto-agressão.
Comum, por definição, é a falta de intenção consciente de suicídio, embora possa surgir num quadro de depressão e, em alguns casos, evoluir nessa direcção, salienta Daniel Sampaio. Assim, os comportamentos auto-agressivos exigem avaliação e acompanhamento", diz.
Pais, professores, colegas e profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais, já que quanto mais cedo for detectado, mais fácil será encarar o problema. Por outro lado, salienta Mariana Carvalho, os jovens podem não ter noção adequada do risco que correm. "A percepção do risco talvez não seja exactamente a mesma dos adultos", explica.
"A atitude correcta é mostrar que se tem conhecimento da situação e fazer um esforço para compreender o que se está a passar com o jovem", acrescenta. "Confrontar os adolescentes com a sua inadequação pode criar resistências", alerta.
fonte: DN 15/12/08

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Legislação nacional em matéria de droga


O enquadramento jurídico em vigor desde Julho de 2001, embora descriminalize o consumo de drogas ilegais, continua a considerá-lo um comportamento ilícito, mantendo o estatuto ilícito de todas as substâncias constantes das Convenções das nações Unidas. Contudo, um individuo que seja surpreendido na posse de uma quantidade de droga para consumo pessoal (estabelecida por lei), desde que não haja qualquer suspeita do seu envolvimento no tráfico de droga, verá o seu caso ser avaliado por uma comissão local para a dissuasão da toxicodependência composta por um jurista, um médico e um assistente social. Podem ser aplicadas sanções, mas o principal objectivo desta medida é verificar a necessidade de tratamento e promover a recuperação do consumidor.

O tráfico de droga é passível de pena de prisão de 1 a 12 anos, a qual depende de vários critérios, sendo um deles a natureza da substância traficada. A pena é reduzida quando aplicada a consumidores que vendem droga para financiar o consumo próprio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SIDA no distrito de Castelo Branco

O maior número de causa de transmissão do vírus da SIDA regista-se em Castelo Branco através de utilizadores de drogas injectáveis. os infectados são predominantemente, do sexo masculino (75,2%), e têm idades compreendidas entre os os 15 e os49 anos (81,9%). Em 95,1% dos casos, a infecção é provocada pelo VIH1. Na maior percentagem dos casos (49%), os infectados são portadores assintomáticos.
Castelo Branco é a excepção na Região Centro onde em todos os distritos, a transmissão heterossexual é a principal via de transmissão (48,3%).


fonte: Jornal Gazeta do Interior