quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Mais um copo não ajuda a percorrer o caminho...
Mas o álcool não é a única droga que afecta a condução!
Até há bem pouco tempo, "bebe um copo para o caminho", era uma expressão muito utilizada em várias culturas, entre as quais a portuguesa.
No entanto, o consumo de álcool pode não ser o único problema quando falamos de condução perigosa...
Conduzir sob a influência de qualquer substância psico-activa (as drogas) pode deteriorar a destreza motora, a capacidade de reagir a tempo e o teu juízo. É uma preocupação na área da saúde pública uma vez que coloca em risco não só o condutor, como também os seus passageiros e todos aqueles com quem "partilhamos" a estrada.
Em anos recentes, tem-se vindo a reconhecer com maior frequência que existem outras drogas à parte do álcool, que actuam sobre o cérebro e que também constituem perigo para a segurança rodoviária. De uma forma geral, a investigação indica que a cannabis é a droga ilegal detectada com mais frequência nos condutores que operam com os reflexos diminuídos ou nos feridos fatais, assim como nas vítimas de acidentes com veículos motorizados.
Para além da cannabis, também surgem outras drogas como as benzodiazepinas, a cocaína, os opiáceos, e as anfetaminas. Nos EUA os acidentes de veículos motorizados são a principal causa de morte entre os jovens de 16 a 20 anos de idade. Este grupo apresenta menor experiência e maior risco de estar envolvido num acidente do que os condutores mais velhos e experientes. Quando se combina esta falta de experiência com o uso de substâncias psico-activas os resultados podem ser trágicos.
As drogas actuam sobre o cérebro e podem alterar:
•a percepção,
•a cognição,
•a atenção,
•o equilíbrio,
•a coordenação
•e outras faculdades necessárias à condução segura.
Os efeitos das substâncias psico-activas são diferentes, dependem da própria substância, da quantidade consumida, do historial do utilizador e outros factores.
O THC (princípio afecta as áreas do cérebro que controlam os movimentos do corpo, o equilíbrio, a coordenação, a memória e o discernimento, assim como as sensações. Por estes efeitos serem muitos e diversos é necessário realizar mais investigações para compreender o impacto da cannabis na habilidade dos condutores para reagir face a situações complexas e imprevisíveis. Contudo, sabemos que:
•O nível de deterioração das habilidades mentais (tanto de conduta como cognitivas) relacionadas com o rendimento do condutor está directamente relacionado com o nível de THC no sangue;
•A marijuana diminui a atenção, a percepção do tempo, a velocidade, e a habilidade do condutor de integrar a informação obtida em experiências passadas;
•As investigações demonstram que a deterioração das habilidades aumenta significativamente quando se combina marijuana com álcool;
•Os estudos demonstraram que muitos dos condutores que têm resultados positivos nos testes para detectar álcool também apresentam resultados positivos para o THC, o que mostra que conduzir drogado e embriagado são comportamentos frequentemente relacionados;
•Medicamentos de prescrição: muitos medicamentos (por exemplo, as benzodiazepinas e os analgésicos opiáceos) actuam sobre sistemas do cérebro que podem deteriorar a habilidade para conduzir.Com efeito, muitos medicamentos de prescrição vêm com uma advertência contra a operação de maquinaria, incluindo veículos, por um tempo específico após o seu uso. Quando se tomam medicamentos de prescrição sem supervisão médica é possível que o utilizador conduza com as suas capacidades deterioradas ou sofra outro tipo de reacção adversa;
Em resumo, conduzir sob a influência de drogas (qualquer que ela seja!) é uma actividade perigosa que nos coloca a todos em risco!
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